17 | 10 | 23

Pesquisa sobre o uso de celular no ensino fundamental é o tema da segunda parte do artigo sobre as tecnologias e a Geração Z.

Antes de comentar os resultados da pesquisa que mencionei no primeira parte, compartilho duas imagens que mostram outras formas de delimitar gerações.

Gerações

 

Fonte: Formação Online de Multiplicadores da Educação Midiática Instituto Palavra Aberta – Educamídia 2023

 

Fonte: Formação Online de Multiplicadores da Educação Midiática Instituto Palavra Aberta – Educamídia 2023 / Brian Solis 2012

Assim, se considerarmos o período entre a década de 1970 e o início do Séc. 21, é possível que a Geração Z seja muito maior do que se considera oficialmente.

Relatório Unesco.

Neste ano, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) divulgou um relatório expressando preocupação com o uso excessivo de celulares. Além de mencionar o impacto no aprendizado, o documento alerta que a tecnologia digital não pode substituir a interação humana.

No inicio de agosto o relatório repercutiu e provocou reações diversas. Entre elas, um decreto da prefeitura do Rio de Janeiro que vetou o uso de celulares em sala de aula.

O Portal G1 escreveu sobre a decisão do prefeito: “A decisão diz que além do celular, dispositivos tecnológicos também ficam proibidos, como tablets.”  Na mesma notícia menciona-se uma ressalva do decreto: “No entanto, os estudantes poderão usar o celular se o professor permitir, para fins pedagógicos.”

Outra notícia que ecoou na mesma época foi a de que a China proibiria menores de acessar internet através de celulares. Segundo uma matéria do jornal O Globo, as regras chinesas estariam entre as mais restritivas do mundo.

“Que injustiça!”

Como parte das iniciativas de educação midiática nas minhas aulas, compartilhei com os alunos a matéria do jornal carioca que trazia a manchete: “China vai proibir acesso de menores à internet por celulares durante a noite.”

Ainda não tinha distribuído todas as cópias quando ouvi entre os alunos do 7º ano: “Que injustiça!” Foi o começo de um debate interessante sobre a proibição do uso do celular, inclusive na escola.

Esta é a primeira turma que dou aula na semana, assim sendo, direcionei a conversa com as demais para ouvir opiniões de acordo com as diferentes idades e relações familiares.

Pesquisa

Resolvi formalizar a pesquisa e perguntei: “Seus pais controlam como você usa seu telefone celular?”

Total de alunos que participaram da pesquisa:

6º ano – 27 alunos

7º ano – 14 alunos

8º ano – 22 alunos

9º ano – 19 alunos

Vale a pena ressaltar que essa pesquisa não tem rigor científico e tem a finalidade de ampliar os debates nas próximas aulas. De qualquer forma, destaco as respostas: “Não sei” e “Eles acham que controlam”.

Para terminar, sugiro a leitura do estudo “Life Behind the Screens of Parents, Tweens, and Teens: McAfee’s Connected Family Study” realizado pela McAfee.

A pesquisa foi realizada no final de 2021. através de um questionário online e 15.500 pais e 12.057 crianças de 10 países responderam.

O estudo é bastante completo e traz dados do Brasil.

Um dos tópicos abordados é a “vida secreta” de crianças e jovens entre 10 e 18 anos.

Alguns resultados desse tema:

59% tomam alguma atitude para esconder o que fazem online.

Entre elas estão:

  • Limpar o histórico do navegador: 26%
  • Minimizar a tela quando algum adulto se aproxima: 21%
  • Navegar no modo anônimo: 15%
  • Mentir ou omitir detalhes sobre as atividades online: 15%
  • Usar um aparelho que as famílias não costumam se preocupar: 10%

 

Compartilhe nas redes

Deixe seu comentário

*
*

Comentários

    Álvaro Menezes disse:

    Muito interessante ver como diferentes gerações estão sendo definidas por seus relacionamentos com a tecnologia.

    O debate sobre o uso de celulares no ensino fundamental é relevante, especialmente à luz do relatório da UNESCO. A decisão da prefeitura do Rio de Janeiro e as medidas na China certamente geram reflexões.

    Adorei a inclusão da opinião dos alunos e mal posso esperar para ver como a pesquisa evolui e como as próximas aulas vão explorar esses tópicos.